19 de março de 2008

Modas passageiras... que duram!

Estou feliz de ter criado esse blog, porque agora posso desabafar coisas que não saiam de mim só falando com meus amigos. O assunto de hoje será minha indignação com o que chamo de "Modas Passageiras Que Duram Mais Que o Esperado." Oi? É.

Existem certas coisas no mundo cultural atual, que, para mim, assim que surgiram, seriam modas rápidas, que logo cairíam no esquecimento, mas duram até hoje, incrível e estranhamente. Vamos a elas ^^


Desenhos animados de bichinhos
Hoje fui ao cinema ver Horton e o Mundo dos Quem, mais para acompanhar minha mãe e meu irmão, de nove anos, do que para assitir ao desenho. Não estou criando o post para avaliar o filme, que até foi bonitinho, mas seu gênero: desenho animado de bichinho.

Essa é a primeira moda passageira que eu quero falar sobre. Começou com Formiguinhaz e Vida de Inseto, em 1990 e final do século, e dura até hoje.

A Pixar e a Dreamworks, os dois maiores estúdios de animação de todos os tempos, vêm, desde esses dois filmes, competindo para ver quem leva mais crianças que amam ver animaizinhos falando às salas de cinema. Só que eles andam pecando pelo exagero. Madagascar, por exemplo: seria uma cópia de Selvagem? Tá Dando Onda foi na onda do sucesso de Happy Feet? Os Sem Floresta seria igual a O Bicho Vai Pegar? E que tal Nem Que a Vaca Tussa, Bee Movie, Por Água Abaixo, Procurando Nemo, Ratatouille?

Vocês conseguiram perceber a overdose de criaturinhas falantes presente nas telas nos últimos tempo? Além do cinema ter praticamente virado um zôo, as histórias vem sempre duplicadas: um filme da Pixar e outro da Dreamworks, com o mesmo enredo e as mesmas espécies :S

Não estou dizendo que não gosto desses filmes. Ok, alguns realmente não me atraem, mas a maioria "distrai", como diz minha mãe. Mas o exagero mata.

Cada vez que vou ao cinema, para ver qualquer filme que seja, sempre tem um trailer de filme de animalzinho falante passando. Pode ser legal para os de 2 a 10 anos, mas, para mim, já cansou :P


Funk
Assunto delicado: não condeno nem julgo quem gosta. Pelo contrário: você gosta de ouvir e dançar? Seja feliz fazendo-o, porque só se leva da vida a vida que se leva ;) Mas não me obrigue a curtir junto contigo.

Em 2000 e início do século, surgiram coisas como um bonde de um certo rapaz apelidado de tigrão, um tapinha que não doía, uma dança de uma motocicleta e uma atolada (seria uma mulher ou uma baleia? :x). No início dessa "onda", eu pensava "WTF????" (what the fuck - se não sabe a tradução, melhor continuar sem saber ^^). Era estranho mas eu aceitava, pois não tinha contato com a coisa, afinal, tinha apenas 7 aninhos, rs. O tempo foi passando, mudei da minha escola pequena para "O Grande Santa Mônica". E aí que o negócio ficou estranho.

Comecei a frequentar as festinhas que o pessoal que cresceu em colégios grandes já estava acostumado. A gente chegava na festa, o pessoal ainda tava se familiarizando com o local. Iam se soltando aos poucos, dançando um pouco de Beyoncé ali, Avril aqui, Britney acolá. Tocava um pouquinho de axé, Ivete, Babado e derivados. E então chegava "o" momento: ao primeiro som de uma batida de funk, a pista simplesmente lotava. Até então, eu não tinha presenciado nada igual: meninas de sainha, com a mão no joelho, balançando a derriere para lá e para cá. Não de um jeito igual ao do Tcham; uma coisa bem mais estranha. E as letras? Prefiro nem comentar, e também acredito que vocês todos saibam do que eu estou falando, rs.

Estranhei no início, cheguei a tentar fazer também, e consegui. Consegui aparentemente, mas não gostava daquilo: cada vez que eu jogava a perna pra cima, virava de lado, colocava a mão no joelho e abaixava, me sentia "não eu", falsa, desconfortável e deslocada. Fora a dor desesperante que aquilo dava nas minhas pernas (devo convensar: é um ótimo exercício). Pensava, mais uma vez, "WTF?". De tanto passar por essas experiências, eu me toquei que simular movimentos sexuais durante uma dança em uma festa não era para mim.

Nem me abalei: sabia que aquela moda ia passar logo, como todas as outras do mundo. Cara, estou até hoje esperando entrar numa festa e não ouvir as palavras "abaixa", "abre", "segura" e "relaxa" com conotação sexual. E o pior: se ainda fosse como alguns anos atrás... O funk costumava ser um dos momentos das festas. Agora, ele é o tempo todo.

Nas últimas que fui, no máximo 10 músicas internacionais foram tocadas. Talvez umas 5 de axé, mais uns 2 forrós e o "momento flashback", que anda sendo composto por músicas dos anos 90. Que flashback o que, da década que nós nascemos? C'mon, povo!

Além de tocar o tempo todo, as coreografias e a letras andam cada vez mais explícitas e vergonhosas. Numa festa que fui ano passado, eu estava descansando, sentada em uma das mesas, conversando, quando olhei para o lado e me deparei com uma bunda. É, uma bunda. Balançando, para lá e para cá. Não dava para ver nada da pessoa. Só a região traseira. Imagina a situação embaraçosa quando vi que era uma conhecida minha? Morri de vergonha: por mim, por ela, pelo mundo.

Meninos fazem o "vem quicando" uns com os outros. Meninas se "engancham" e fazem sei-lá-o-que. Medo. Sério mesmo, fico com medo de certos momentos nas festas.

Repetindo: não tenho nada contra quem gosta! Estão certíssimos de fazerem o que querem e gostam, desde que não prejudiquem a vida deles e de outrem. Mas realmente gostaria que a moda passasse, para que eu pudesse voltar a me divertir nas horas dançantes das festas.


Big Brother Brasil
Tá. Agora podem me apedrejar de vez, mas acho BBB o FIM da picada mais "finalista" do mundo.

Um exemplo curto: noutro dia eu estava assistindo ao show do MSN da Beyoncé, em Tokyo, no canal Multishow. Tudo lindo, maravilhoso, dispensando comentários. De repente, um aviso é mostrado na tela: a programação seria interrompida para que fossem exibidos 20 minutos de BBB. Pensei em tirar do canal, mas o controle estava looonge, então, morri de preguiça. Deixei no mudo, afinal, o que eram 20 minutos?

Assim que a imagem de dentro da casa começou a ser exibida, entrei em choque. Eram duas participantes cortando tomate na cozinha. Só. Simples. Nada misturado com nada. Tá ok. Vim mexer no PC. Passados 10 minutos, olhei para a TV de novo. As duas participantes cortando outra coisa (não lembro o que era). Legal, útil à beça. Mais 10 minutos, hora em que meu show deveria voltar a ser exibido. Olho para a televisão: as duas estão jogando os tomatinhos dentro da panela. Mais 10 minutos. Ops, soma tudo. Meia hora? Haam, não eram "20 minutinhos"? Mais 10. Já chingando, enfurecida, eu resolvo parar para ouvir a conversa. A coisa mais inútil do mundo. Quando estava quase desistindo, cortam a imagem daquelas duas infelizes, e a televisão volta a mostrar a minha diva. Oh, gosh.

BBB foi legal no primeiro, que era novidade. No segundo, eu via só alguns dias da semana. No terceiro, só os paredões. No quarto, só vi a final. No quinto, só soube dos finalistas. Agora, a partir do sexto, a parada cansou horrores. Dá até enjôo chegar na quarta-feira na escola e N número fulanos e fulanas virem perguntar para mim "e aí, quem saiu ontem?" Olho para pessoa e respondo: "e eu tenho cara de que vê Big Brother?" Aí a criatura diz "ah..." e já me olha com uma cara de quem diz "sem cultura". Será que a sem cultura sou eu mesmo? Pergunta se a pessoa conhece Beatles, se conhece Chico Buarque, se conhece Alfred Hitchcock ou Steven Spielberg. Ou se já leu Jane Austen, ou Machado de Assis, ou Agatha Christie? Não conhecer algum desses, tudo bem, mas dou a minha cara a tapa que a pessoa não faz a mínima idéia de quem seja nenhum deles.

Claro, uma pessoa pode ver BBB, à vontade. Mas não fala que é cultura não. Não fala que é educativo não. Porque não é. Então eles dão a desculpa "ah, mas a televisão serve para entretenimento e diversão!" Sua diversão é ver gente cortando tomate? Dá uma volta na cozinha da casa de algum conhecido, garanto que tem alguém lá que corta um de vez em quando ;)

Mais uma vez: nada tenho contra quem gosta das coisas citadas acima. As pessoas têm que fazer o que gostam, desde que não prejudiquem a si mesmos nem a outros. Mas eu começo a me sentir deslocada nesse mundo no qual todos gostam de ir ao cinema para ver bichinho falando, ouvir e dançar "vou pro baile sem calcinha" e assistir gente cozinhando, rs.

Escrevi demais (para variar) :x

Momento Fotolog:
Bruna, eu, Dessa e Natasha

Churrasco de níver da Dessa! Parabéns, Xuxu ^^

Nenhum comentário: